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Uma estranha forma de vida! O tortuoso e mítico caminho da Social-Democracia Portuguesa!

28/02/2010
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Muitos amigos costumam confrontar-me com as didiculdades de perceber a instabilidade crónica do Partido Social-Democrata.

Respondo sempre da mesma maneira. 

O PSD é mesmo assim, quer se queira quer não, desde o dia 6 de Maio de 1974 ou até antes.

Digo até antes porque, anteriormente ao dia da sua fundação oficial, coexistiam já em Portugal, de norte a sul, várias associações proto-políticas Social-Democratas como a SEDES; as quais, mais tarde, vieram a integrar directamente o Partido Social-Democrata ou a  integrar muitos dos seus associados no PSD.

Recordo caso paradigmático dos Açores.  Havia 3 associações independentes deste tipo (que terão sido criadas logo a seguir ao 25/04/74, ou até antes): uma no grupo oriental; outra no grupo central e a última no grupo ocidental. Ninguém as convidou para integrar o PSD; foram elas, de «motu proprio», que comunicaram a sua disponibilidade de adesão.

No «Verão Quente de 75», enquanto os Partidos democráticos resistiam como podiam, ao avanço revolucionário do PCP e grupos satélites e se apoiavam, naturalmente, no carisma dos seus líderes históricos. O PSD tinha Sá-Carneiro convalescente em Londres. O que fez para sobreviver? «Inventou», contra a opinião maioritária das bases muito mais à Direita, um homem da Esquerda tradicional como Emídio Guerreiro (não era filiado sequer no Partido, tinha lutado na guerra civil espanhola do lado «rojo» e, imagine-se, corria que tinha conhecido o próprio Lenin!) para o liderar.

Em 1985 quando parecia inevitável uma nova vitória socialista, teve o PSD a coragem, quando a governação estava assegurada no «Bloco Central» com o PS, de avançar em solitário para eleições e, contra todas previsões, obter uma vitória retumbante dois anos depois e governar muito bem Portugal .

Como afirmou Francisco Sá-Carneiro: – «O PSD é o Partido mais Português de Portugal». Assim me parece, sem dúvida. Nos seus defeitos que são imensos, mas também, nas suas inúmeras qualidades que, a meu ver, em muito superam os primeiros.

 O segredo do PSD é que se fez de baixo para cima. Foi a sociedade que inventou o Partido e não o inverso. É isso que o torna tão complexo, imprevisível e simultaneamente…, Livre como nenhum outro.

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  1. MANUEL AUGUSTO DOS AÇORES permalink
    28/02/2010 19:43

    SIMPLESMENTE
    GOSTEI
    DO POVO PARA O POVO SEM DEMAGOGIAS……..VERDADEIRAMENTE
    FORÇA

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